O PINHO TEM POR CORAÇÃO UM PALCO
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O coração tem uma função tão relevante ao corpo humano que passou a ser usado como analogia ao que se considera como central em algo. Ao entrar na E. E. Margarida Pinho Rodrigues, somos recepcionados por um pátio muito espaçoso. Inevitavelmente, o nosso olhar percebe à frente um palco e de fundo um jardim. Nesse palco, muitos já se apresentaram para exposição de projetos e comemorações escolares. Dança, coreografia, teatro... sorrisos, beleza, arte! Inumeráveis show!
Pode ter sido coincidência de engenharia, mas a centralidade do palco na arquitetura de sua sede revela o coração da pulsação da tarefa educadora de seus 60 anos: a Escola Margarida Pinho Rodrigues é um teatro centrado em um palco. Cada aluno é um artista a revelar sua arte, ao nela teatralizar saberes à apresentação no palco para uma plateia extremamente diversa e estranha ao belo: a sociedade moderna.
Não estranhe se não houve aplausos a sua performance de artista no palco da modernidade. No palco do Pinho, o aplauso não ocorre em prol da melhor apresentação para identificação do maior artista. Ele existe para oportunizar a excelência da arte pelo artista. É ensaio e espetáculo do artista em arte. E aplaudimos seu vir-a-ser na sociedade. "Não sabia que você era tão talentoso. Aconselho a investir mais em você. Qualquer oportunidade que surgir, posso indicá-lo?", fala alguém que tem mãos que cumprimentam o que aplaudem.
A sociedade moderna não reconhece um artista, porque não confere utilidade ao palco. Ela somente valoriza o pódio: pequeno espaço dado à mãe do individualismo, que é a competição. Enquanto temos um pátio com palco e jardim, lá fora tem-se uma arena com pódio e sepulturas. Prêmio ao vencedor ou seria ao empreendedor? Não existe aplausos no pódio ao conciliador!
Semelhante ao povo que afluíam à arena romana não ao aplauso do gladiador vencedor, mas ao delírio na morte do perdedor. Portanto, era imperdoável ao gladiador não matar seu oponente dominado, a pedido da plateia. Não se engane com o aplauso da sociedade da concorrência. Ele não é motivado pela sua vitória e nem lhe tem no pódio como herói. Viva! Tem-se mãos limpas. Foi descartado o derrotado, mas pela lógica da utilidade do pódio. O primeiro lugar desencanta multidões de quarto e quinto lugares e ilude outro tanto de segundo e terceiro lugares com o contentamento de que isso basta. "Parabéns, você nos livrou do trabalho de descartar mais um pretencioso em querer ser alguma coisa, além de sonhador de pódio", dirá ao virar as costas em despedida.
No Pinho o palco é centralmente vivencia educacional dos saberes e dos fazeres de cada teatralização do ensino e aprendizagem dessa Escola da Educação.
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